Muitas das grandes questões de desenvolvimento e gestão urbana sustentável levantadas pelo projeto Sharing Cities foram discutidas na 4ª Conferência “Cidades Inteligentes – Cidades do Futuro”, realizada no passado dia 30 de novembro, no Fórum Picoas, em Lisboa, e organizada pela Lisboa E-Nova.
O novo paradigma de desenvolvimento e gestão urbana sustentável esteve no centro da discussão da 4ª Conferência “Cidades Inteligentes – Cidades do Futuro”. Um debate que conta cada vez mais com a participação dos cidadãos nas decisões de gestão e no desenvolvimento das mais avançadas tecnologias e ferramentas digitais que as sustentam.
Na intervenção de boas-vindas e de abertura, José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa (CML), com a tutela da Energia e Estrutura Verde, expressou a ambição da cidade em dar continuidade aos resultados de redução das emissões de CO2 desde 2002, agora através do estímulo da produção renovável de origem solar.
No primeiro painel, dedicado aos grandes conceitos, Paulo de Carvalho, diretor municipal de Economia e Inovação, apresentou a estratégia da cidade nos domínios do conhecimento e da inovação, nomeadamente do ecossistema empreendedor de Lisboa. As Smart Cities como aposta para um novo modelo de governança foram o tema das duas apresentações seguintes.
Graham Colclough. da UrbanDNA, mostrou a importância da liderança e das várias oportunidades tecnológicas numa intervenção dedicada à construção de cidades inteligentes para o futuro. Rui Franco, da CML, fez uma apresentação centrada no Sharing Cities, projeto europeu que envolve as cidades de Lisboa, Londres e Milão.
A gestão das nossas cidades foi o tema do segundo painel da manhã. Aí se discutiram as diferentes valências na gestão urbana: Da mobilidade sustentável à iluminação pública, passando pelos resíduos sólidos urbanos e pelo fluxo de dados existentes e necessários para o desenvolvimento de estratégias integradas e coordenadas de gestão.
Nesta sessão, contou-se com a intervenção de Miguel Rodrigues, responsável da Siemens pelos sistemas inteligentes de tráfego; Peter Simpson, do Hertfordshire County Council; Vítor Vieira, diretor municipal de Higiene Urbana da CML, e Filipe Cabral Pinto, da Altice Labs, antiga PT Inovação.
No final, percebeu-se melhor o papel fundamental das cidades e das regiões na implementação de tecnologias para o aumento da eficiência e sustentabilidade dos serviços. Um papel potenciado pelo desenvolvimento de plataformas que permitem a coordenação e o planeamento integrados e cada vez mais ao serviço dos cidadãos.
No painel derradeiro, já depois do almoço, exploraram-se aplicações e projetos concretos projetos. Gil Nadais, presidente da Câmara Municipal de Águeda, apresentou as soluções e ferramentas digitais e tecnológicas que a autarquia já tem em andamento ou planeadas.
Das áreas empresariais, Mário Quinteira, da Novabase, falou da participação pública nas soluções tecnológicas e nas ações de co-design. Já Nuno Brito Jorge, da Cooperativa Copérnico, dedicou a intervenção ao envolvimento dos cidadãos nos sistemas energéticos do futuro. A sessão contou ainda com Sofia Fernandes da BGI, uma aceleradora de projetos, e com os representantes de duas das start-ups com que tem colaborado, Miguel Carvalho, da Watt-Is, e Luís Guerreiro, da Brain-e.
Do meio académico, vieram Miguel de Castro Neto, docente da Nova IMS e ex-Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, e Luís Barbosa, da Universidade das Nações Unidas. O primeiro lançou pistas para a utilização dos Big Data, as grandes massas de informação ao dispor das cidades, e o segundo falou dos desafios e questões colocados pela governação inteligente das cidades.
A 4ª Conferência “Cidades Inteligentes – Cidades do Futuro”, organizada pela Lisboa E-Nova, contou com os apoios da Siemens e da Philips e com uma assistência de 190, entre especialistas, técnicos de câmaras municipais, profissionais do sector e cidadãs e cidadãos interessados.