A natural, social and cultural device to enhance urban potential
O INFRABLUE é um projeto co-financiado pelo programa Creative Europe da Comissão Europeia que pretende identificar e analisar uma infraestrutura azul existente em cada uma das cidades parceiras – Turim, Lisboa e Belgrado – e valorizar o seu potencial enquanto dispositivos naturais, sociais e culturais, passiveis de originar, também, grandes oportunidades de regeneração urbana.
As infraestruturas azuis são consideradas um recurso natural pela sua capacidade de responder à necessidade cada vez mais urgente de uma transição verde, um recurso social pela sua capacidade de aproximar as comunidades e um recurso cultural por criar um sentimento de identidade e pertença. Ou seja, são infraestruturas que podem incorporar e reafirmar os princípios de sustentabilidade e inclusão da base do centro da New European Bauhaus.
O INFRABLUE contribuirá para reafirmar o potencial urbano destes territórios, em primeira instância, ao sistematizar o conhecimento dos locais e aprofundar as suas especificidades, recursos e necessidades e, em segundo lugar, ao promover e desencadear a sua reativação através de pequenas ações no terreno co-concebidas e co-produzidas com as comunidades locais e com a indústria criativa.
A partir da análise territorial e do diálogo com as comunidades e as pessoas que diariamente usufruem destas infraestruturas azuis, os parceiros do projeto pretendem organizar laboratórios de cocriação e envolver as comunidades criativas para reativar áreas anteriormente negligenciadas através de produções artísticas originais.
Todo o processo é sistematizado a fim de produzir um documentário testemunhando essas experiências e que poderá inspirar outras cidades que, por toda a Europa, pretendem criar valor urbano, social e cultural através da valorização dos seus recursos naturais.
Em Lisboa a infraestrutura azul em análise são as ‘águas invisíveis’ da Colina do Castelo. Desde a antiguidade, Lisboa é abastecida por águas subterrâneas captadas por poços, galerias e nascentes localizadas na cidade e arredores. Ainda hoje é possível encontrar vários vestígios arqueológicos relacionados com a gestão e abastecimento de recursos hídricos, datados da Lisboa Romana localizados na zona da Colina do Castelo e zona ribeirinha. Esta zona, composta pelos bairros de Alfama e Mouraria, foi o berço que deu origem à cidade. Contudo, a urbanização do século passado modificou fortemente a paisagem, reduzindo os recursos hídricos existentes. Os trabalhos de campo demonstraram que bens importantes como poços e nascentes estão a perder-se, uma vez que os proprietários dos edifícios não vêm vantagens em manter estas infraestruturas. Em consequência, as infraestruturas ainda existentes vão sendo cada vez mais abandonadas ou demolidas e, com elas, vai-se perdendo progressivamente um conjunto de práticas e um património cultural de grande valor. Atualmente, a grande maioria destes recursos hídricos encontra-se ‘oculta’, estando as suas utilizações, bem como a interação entre o ambiente urbano e o ciclo da água perdidos ao longo dos últimos séculos e atualmente pouco compreendidos. Portanto, com a área da Colina do Castelo a passar por um rápido processo de mudança, perdendo as suas práticas tradicionais, há uma necessidade urgente de registar os aspetos culturais intangíveis relacionados às ‘águas invisíveis’.
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Informação
PROGRAMA
Creative Europe
INÍCIO
Janeiro de 2023
DURAÇÃO
36 meses
ORÇAMENTO TOTAL
199.823€
Parceiros