Lisboa participa pela primeira vez no European Cycling Challenge, a maior competição mundial de ciclismo urbano por equipas. O desafio consiste em pôr o maior número de pessoas a pedalar o maior número de quilómetros possível, em cada uma das 51 cidades europeias participantes. No final, ganha a cidade que acumular mais quilómetros percorridos entre os dias 1 e 31 de maio. O principal objetivo da competição é provar aos concorrentes as vantagens do uso da bicicleta como meio de transporte diário. No caso da capital portuguesa, há o aliciante de poder experimentar os mais de 70 quilómetros de vias dedicadas para a circulação de bicicletas.
O desafio é lançado a todas as pessoas que residam, trabalhem ou estudem nas cidades participantes. Os lisboetas participarão no European Cycling Challenge integrados na equipa da Área Metropolitana de Lisboa. Para participar, só necessita de uma bicicleta e registar-se para começar a somar os quilómetros percorridos. Os dados de cada participante são contabilizados e acumulados pela equipa e sub-equipa a que pertencer. Quem tiver um telemóvel inteligente pode descarregar a Naviki, uma aplicação que permite o registo do ciclistas e a contabilização automática dos quilómetros percorridos. Os participantes que não tiverem um smartphone podem inserir manualmente os dados das viagens em www.naviki.org ou importar um ficheiro .gpx da viagem criado com outro sistema de GPS. As instruções de preenchimento e utilização destas ferramentas podem ser consultadas em www.cyclingchallenge.eu/naviki.
Na cidade de Lisboa, o uso das bicicletas enquanto modo de transporte alternativo aos motorizados tem estado no topo da agenda mediática. A rede de ciclovias interligadas tem uma extensão de aproximadamente 70 quilómetros. Estsistema rede, tem vindo a ser complementada com soluções que permitem tornar mais segura a partilha com o tráfego automóvel onde as velocidades e o volume de tráfego são mais baixos. Até ao final de 2017, prevê-se que as vias submetidas a intervenção de modo a melhorar as suas condições de segurança atinjam um total de 90 quilómetros. Para quem nunca pedalou nas ruas da cidade, o European Cycling Challenge pode ser um bom pretexto para o começar a fazer.
É possível inscrever-se mesmo com a prova já a decorrer e até ao último dia da competição e embora as suas pedaladas possam não valer muito no cômputo final da equipa, vão permitir-lhe, ainda assim, perceber as vantagens do uso da bicicleta. Não é preciso dinheiro para parquímetros, os engarrafamentos deixam de ser um obstáculo demorado e ainda se pratica exercício.
Todas as viagens são válidas, desde que se use a bicicleta em detrimento de qualquer outro meio de transporte: seja para ir para a escola e para o trabalho, seja para ir ao ginásio ou à piscina, seja para ir ao teatro ou jantar fora. Para evitar batotas, são feitas algumas exigências: quer de velocidade, quer de distância percorrida. As viagens devem ser feitas a uma velocidade média inferior a 30 quilómetros por hora e sem ultrapassar a velocidade máxima de 45 km por hora. Caso contrário não serão validadas, nem contarão para os valores acumulados da equipa a que o ciclista pertencer. O mesmo se passará com os percursos superiores a 35 quilómetros, que também não são válidos. Por fim, apenas serão contabilizados os percursos efetuados dentro dos limites geográficos das áreas participantes.
Em 2017, os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, juntam-se aos da Área Metropolitana do Porto, que no ano passado já tinham participado no evento, e também aos da Região de Aveiro. Para já, 51 cidades e áreas metropolitanas europeias garantiram a participação. Entre elas, Bolonha e Barcelona, participantes desde a primeira hora, mas também Dublin, Glasgow, Manchester, Lausanne, Nantes, Nicósia, Budapeste, e a bicampeã Gdansk, entre muitas outras.
O European Cycling Challenge nasceu em Bolonha, Itália, e realiza-se desde 2012, ano em que participaram apenas 715 ciclistas, de sete cidades europeias. Nesse ano, os participantes pedalaram 90 mil quilómetros (mais de duas vezes a volta ao equador) e pouparam o equivalente a 20 toneladas de gases com efeito de estufa. A prova tem crescido e no ano passado bateram-se todos os recordes de participação. Estiveram envolvidas na prova 52 cidades e áreas metropolitanas de 18 países europeus, 46 mil participantes e foram percorridos mais de quatro milhões de quilómetros. Gdansk, na Polónia, acumulou um total de 828 mil quilómetros percorridos, quase 1750 quilómetros por habitante, e venceu a competição pelo segundo ano consecutivo.