Electrão alerta para o “lixo invisível” na Semana Europeia da Prevenção de Resíduos

O Electrão – Associação de Gestão de Resíduos – promoveu uma campanha de sensibilização e comunicação com o objetivo de alertar para a necessidade de combater o “lixo invisível”.
Esta iniciativa inseriu-se no âmbito da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, que decorreu na semana final de novembro de 2020.
A campanha a propósito do “lixo invisível” desenvolveu-se nas redes sociais. O Electrão lançou um conjunto de inquéritos no Facebook e Instagram sobre reutilização. O objectivo desta iniciativa foi auscultar os seguidores do Electrão sobre a importância que é dada à reutilização em detrimento de outras soluções, como o encaminhamento para reciclagem. As perguntas incidiram sobre embalagens, pilhas e baterias e ainda equipamentos eléctricos usados. Os resultados foram já divulgados.
Alguns exemplos de como ser mais sustentável, promovendo a redução da produção de resíduos, foram explicados em vídeo por um grupo de influencers que se aliaram a esta campanha do Electrão, mostrando como é possível fazer mais e melhor.
Durante a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos o Electrão reforçou ainda a sua comunicação, com a aposta na sensibilização online, publicando vários posts alertando para esta temática com recurso a provérbios populares, imagens inspiracionais, factos e estatísticas apelando à consciência do consumidor na hora de adquirir produtos.
Estes resíduos, que são diariamente produzidos na casa dos portugueses, não têm necessariamente que ser descartados. É possível optar pela reparação de um computador, por exemplo, em vez de o encaminhar imediatamente para reciclagem, ou doá-lo, para que sirva a outra pessoa. As pilhas recarregáveis podem evitar também a produção de resíduos. Também vários tipos de embalagens podem ser reaproveitadas recorrendo à imaginação. Com estes gestos reduzimos o consumo e a produção dos resíduos associados à sua produção.

 

PRODUÇÃO DE RESÍDUOS CONTINUA A CRESCER

Segundo o Relatório do Estado do Ambiente de 2019, a produção total de resíduos urbanos em Portugal continental atingiu os 4,94 milhões de toneladas em 2018. Este valor representa um aumento de 4,2 por cento face a 2017, o que corresponde a uma capitação anual de 505 quilos por habitante/ ano.
Cada habitante produziu diariamente 1,38 quilos de resíduos. Estes valores confirmam a tendência de crescimento da produção de resíduos urbanos que se verifica desde 2014. Mais de metade destes resíduos é depositada em aterro.
Este aumento estará relacionado com uma melhoria da situação económica de Portugal, o que parece indicar não estar a ser atingido o objetivo de dissociar a produção de resíduos do crescimento económico”, de acordo com a análise da Agência Portuguesa do Ambiente.

FABRICO DE UM TELEMÓVEL GERA 86 KG DE “LIXO INVISÍVEL”

O fabrico de um telemóvel de 200 gramas, por exemplo, gera 86 quilos de resíduos. É urgente que estes resíduos associados ao fabrico dos vários produtos que tornem visíveis de forma a que cada um fique consciente da verdadeira pegada ecológica associada e tome decisões informadas na hora de consumir.
A evolução deste fluxo específico de resíduos é preocupante. Em 2019, foram geradas em todo o mundo 53,6 milhões de toneladas de equipamentos eléctricos usados, o equivalente a 7,3 quilos per capita. Em 2030, prevê-se que este valor seja de 74,7 milhões de toneladas, ou seja, nove quilos per capita, segundo o relatório “The Global E-waste Monitor 2020”.
Reciclam-se mais equipamentos eléctricos usados, mas também se consomem cada vez mais destes aparelhos.
Desde 2014 que a produção de resíduos de equipamentos eléctricos cresce em todas as categorias, com excepção de ecrãs e monitores, que registou um decréscimo de um por cento. No entanto esta variação poderá estar relacionada com o peso mais reduzido dos ecrãs dos aparelhos ainda que o número de peças continue a aumentar.
Em Portugal, os equipamentos eléctricos usados gerados ascendem a 16,6 quilos per capita.

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