Inovação em Bairros Inteligentes. Alfama sustentável para todos e desenhada por todos!

A primeira fase do projeto Alfa-AMA desenvolveu-se entre agosto e dezembro de 2017 pela equipa da FCT-NOVA e Lisboa E-Nova com o apoio do Climate KIC, especialistas do Imperial College of London, da empresa South Pole e grupos relevantes de Alfama, incluindo os residentes.
Alfama foi um dos bairros escolhidos pelo programa SSD District, financiado pelo Climate KIC. O bairro histórico de Alfama enfrenta sérios desafios para compatibilizar os hábitos e as aspirações de longa data dos seus habitantes, que vivem em casas de rendas baixas, com o turismo em massa que se tem verificado nos últimos anos. Enquanto os habitantes lutam para preservar as suas casas enfrentando a pressão imobiliária resultante do aumento da procura de alojamento local, o turismo tem sido um dos principais motores de renovação de edifícios degradados e do crescimento desenfreado dos preços das habitações.
Alfa-AMA tem como objetivo demonstrar que projetos e iniciativas integradas, sustentáveis e inteligentes no âmbito da mobilidade, dos edifícios energeticamente eficientes e dos espaços públicos resilientes ao clima, podem atuar como catalisadores da inovação, do combate às alterações climáticas, contribuindo simultaneamente para a regeneração de centros históricos.
As soluções resultaram de uma abordagem transversal e participativa, integrando dados de diferentes fontes com ideias inovadoras partilhadas com grupos locais relevantes. Sob o conceito “Alfama Sustentável e Saudável para todos”, esta abordagem integrada visa contribuir simultaneamente para atingir os seguintes objetivos: (i) atender às necessidades dos idosos e residentes vulneráveis, (ii) Aumentar o bem-estar dos seus moradores, preservando a vida social, coesão e património cultural (iii) atrair novos residentes e (iv) encontrar um equilíbrio com o turismo sustentável.
Durante esta primeira fase do projeto Alfa-AMA, foi elaborado um diagnóstico de caracterização de bairro e foram delineados de forma colaborativa ao longo de várias sessões realizadas com stakeholders locais, os principais desafios e aspirações para Alfama. Este trabalho culminou com o workshop final realizado no passado dia 14 de novembro onde cerca de 33 stakeholders, co-desenharam com a equipa de projeto, várias soluções para responder a um conjunto de problemas previamente identificados

(Fig. 1).

Alfama N1

 

Figura1 – Workshop final para co-criação de soluções no projeto SSD Alfa-Ama. Lisboa, dia 14 de novembro de 2017.

Resultante deste workshop co-criativo, foram consolidadas cinco ideias de projetos exploratórios: (1) Alfama Living Lab (alpha_AMA), (2) Mobile Alfama para todos, (3) Produção Sustentável de Alimentos em Alfama (4) Alfama Resiliente ao Clima, (5) Soluções baseadas na Natureza para SSD Alfama. O relatório final do projeto inclui uma avaliação da contribuição potencial de cada uma destes cinco projetos exploratórios tendo em conta os quatro objetivos definidos pelo projeto Alf-Ama

(Fig. 2.)

Alfama N2

 

Figura 2– Contribuição potencial dos cinco projetos exploratórios com base nos objetivos de sustentabilidade definidos pelo projeto SSD Alfa-Ama.

Para além desta sistematização e avaliação dos resultados do workshop, foram ainda identificadas as principais lições aprendidas e definidos os próximos passos para 2018. Salientam-se os benefícios alcançados com a metodologia utilizada no workshop final, que através da combinação de métodos qualitativos desenvolvidos pelo Climate -KIC com o método Blue Green Solutions, desenvolvido pelos peritos do Imperial College of London, foi possível desenhar com os stakeholders um elevado número de soluções para Alfama. As principais conclusões do projeto SSD Alfa-Ama foram debatidas e consolidadas durante o evento da rede SSD que englobou vários distritos de cidades Europeias e que decorreu em Londres de 29 de novembro a 1 de dezembro. Neste contexto, foram identificadas as principais linhas que orientarão a segunda fase do projeto SSD Alfa-Ama em 2018 e que se relacionam com a necessidade (1) de melhorar as oportunidades financeiras e mapear os fluxos financeiros no distrito, (2) identificar os agentes de mudança efetivos com motivação para desenvolver o bairro e (3) integrar a liderança e melhorar a interação entre os diferentes níveis de governança no bairro.

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