Novo terminal de cruzeiros de lisboa – como planear a mobilidade dos milhares de turistas?

Lisboa é uma das sete cidades portuárias na Europa apostada na melhoria ambiental através do consórcio LOCATIONS, já em atividade desde o passado mês de novembro. Este projeto europeu prevê o desenvolvimento de Planos de Mobilidade de Baixo Carbono com vista à redução das emissões de gases com efeito de estufa geradas pelas operações de logística e de transporte urbano associadas ao crescente movimento turístico dos navios de cruzeiro.
Em 2015, a capital portuguesa recebeu 5,2 milhões de visitantes. E desde 2011 que mais de meio milhão destes visitantes anuais chega por via marítima. São mais de 300 navios de passageiros, todos os anos, no porto de Lisboa. Um tráfego portuário a que se acrescenta um volume não negligenciável de trânsito automóvel provocado pelas necessidades de serviço dos navios. Às operações de embarque e desembarque, de carga e descarga de bens e provisões, somam-se as saídas dos passageiros que querem visitar a cidade, Sintra ou Cascais. Perto de 55 por cento a utilizar autocarros turísticos. E quase metade a andar de táxi em alguns momentos da sua viagem.

Lisboa E-Nova é a entidade coordenadora do grupo de trabalho responsável pela capitalização do projeto LOCATIONS (Low-carbon Transport in Cruise Destination Cities). Até outubro de 2019, o consórcio, constituído pela Agência de Energia e Ambiente de Lisboa e por outras entidades, apoiará as autoridades locais na criação de planos de mobilidade ligados às operações e serviços dos navios de passageiros e desenvolverá também propostas de medidas específicas que otimizem as operações de carga e descarga portuária Lisboa será uma das primeiras cidades a ter um destes planos, o qual será desenvolvido pela Lisboa E-Nova e pela Câmara Municipal de Lisboa, a outra parceira portuguesa do LOCATIONS.
Hoje, o porto de Lisboa funciona muitas vezes como infraestrutura de trânsito para os navios de passageiros. A curto prazo, com a conclusão do novo terminal portuário, prevista para meados de 2017, irá tornar-se porto de partida e de término de muitas viagens de cruzeiro. Prevê-se um impacto acentuado da quantidade de viajantes, assim como na mobilidade da cidade. Turistas e viajantes tenderão a aumentar o número de dias de visita à cidade e aos arredores e a gerar novos fluxos de tráfego, principalmente nos dias de chegada e de partida dos navios. A proximidade do aeroporto Humberto Delgado, bem como do terminal ferroviário de Santa Apolónia, facilita o trânsito de viajantes estrangeiros.
No decurso dos trabalhos do LOCATIONS serão desenvolvidos pacotes modulares de propostas adaptáveis e capazes de responder às necessidades específicas de cada uma das cidades portuárias envolvidas no projeto. As medidas a adotar incidirão na redução dos impactos ambientais, descongestão do tráfego nas áreas urbanas e redução da poluição. As mudanças de comportamento individuais são outro dos objetivos do consórcio: passageiros e viajantes serão convidados a adotar comportamentos que contribuam para melhoria da qualidade de vida das cidades.
A fase de capitalização plena do LOCATIONS terá início após julho de 2018, data de conclusão do processo de desenvolvimento, teste e avaliação dos planos de transporte e redução da emissão de gases com efeito de estufa.
Um primeiro objetivo dos trabalhos coordenados pela Lisboa E-Nova é a preparação de procedimentos e mecanismos de financiamento viáveis para a implementação dos planos elaborados. Um segundo é o apoio à capitalização e replicação de onze novos planos de transporte em regiões e países não previstos na fase inicial do projeto. Em concreto serão cinco planos a estabelecer noutras regiões dos países do consórcio, constituído por Portugal, Espanha, Itália, Croácia e Albânia; e mais seis em quatro outros países da região mediterrânica.

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